Eis o poema:
I
Se a ordem é inventosa
Vamos lá a inventar
Uma palavra engenhosa
Que não custe decifrar
II
Mia Couto, que escritor
Ele devia ser mágico
Na poesia põe “Amor”
Na dor ele põe o “Trágico”!
III
Fala da imagináutica
Que palavra foi buscar
É um dom da estreláutica
Também estou a inventar!
IV
Que estranha constelação
Onde descobre a palavra
Inventa com o coração
Nem o dicionário se salva!
V
Mia Couto, “cronicando”
Nesta eu achei beleza
Mesmo que seja inventando
Eu gostei da inventeza
VI
Fui ao saco da gramática
Que descoberta que eu fiz
Em vez de “às duas por três”
Diz ele, duas por triz!
VII
O Mia foi misturando
Dizendo talvez sem nexo
Até dizem que falando
A palavra não tem sexo!
VIII
Se as palavras inventar
Sobem-me as cores ao rosto
Se não as deixam passar
E ficam presas no posto?
IX
Não sei que mais inventar
Entre escrevente e falantes
Se o Mia não se zangar
Fica tudo como dantes!
X
Gostei da do “detergente”
De lavar as impurezas
Do rio que corre descendo
Levando tantas tristezas!
XI
Escrevências Desinventosas
Agora para terminar
Sem palavras inventosas
Vou Mia Couto saudar!
Nenhum comentário:
Postar um comentário