23 de nov. de 2010

Se a ordem é inventar...

Como de costume a Natércia respondeu ao desafio das "Escrevências desiventosas" recriando a nossa língua em poesia.
Eis o poema:

I

Se a ordem é inventosa

Vamos lá a inventar

Uma palavra engenhosa

Que não custe decifrar

II

Mia Couto, que escritor

Ele devia ser mágico

Na poesia põe “Amor”

Na dor ele põe o “Trágico”!

III

Fala da imagináutica

Que palavra foi buscar

É um dom da estreláutica

Também estou a inventar!

IV

Que estranha constelação

Onde descobre a palavra

Inventa com o coração

Nem o dicionário se salva!

V

Mia Couto, “cronicando”

Nesta eu achei beleza

Mesmo que seja inventando

Eu gostei da inventeza

VI

Fui ao saco da gramática

Que descoberta que eu fiz

Em vez de “às duas por três”

Diz ele, duas por triz!

VII

O Mia foi misturando

Dizendo talvez sem nexo

Até dizem que falando

A palavra não tem sexo!

VIII

Se as palavras inventar

Sobem-me as cores ao rosto

Se não as deixam passar

E ficam presas no posto?

IX

Não sei que mais inventar

Entre escrevente e falantes

Se o Mia não se zangar

Fica tudo como dantes!

X

Gostei da do “detergente”

De lavar as impurezas

Do rio que corre descendo

Levando tantas tristezas!

XI

Escrevências Desinventosas

Agora para terminar

Sem palavras inventosas

Vou Mia Couto saudar!


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