3 de nov. de 2010

Eu quis escrever uma crónica

Também com poesia se faz a crónica do quotidiano.


Eu quis escrever uma crónica

Andei prà frente e pra trás

E posso parecer irónica

Mas juro que não fui capaz


Então como sou teimosa

Vou pra todos vós falar

Esta poesia ou em prosa

Esta crónica vai rimar


Falo da televisão

Que nos faz adormecer

Dá-nos cabo da visão

E não nos sabe entreter


Novelas e mais novelas

De conteúdo teatral

As histórias podem ser belas

Mas não são vida real


Mas temos o Parlamento

E os partidos alinhados

Onde aprendemos imenso

Com os nossos deputados


Ensinam a maldizer

Coisa que o povo não usa

E ao ouvi-los dá prazer

Lavar tanta roupa suja


Temos também Internet

E a preocupação das mães

A criançada promete

Todos têm Magalhães


Só alta tecnologia

Onde o futuro é previsto

É toda a demagogia

Do nosso primeiro ministro


A saúde está doente

O trabalho moribundo

Quem é que defende a gente

das agruras deste mundo


Só futebol na cidade

É que nos dá sangue novo

Lá diz o velho ditado

Que é o ópio do povo


Tenho a cónica chumbada

Pois só falei do pior

Criticar não custa nada

Custa é fazer melhor

Natércia, 13/10/2010

Um comentário:

  1. Ora aqui está uma crítica muito bem alinhada e em verso!... a todos nós e ao nosso pequeno mundo.
    e eu sublinho:
    "Criticar não custa nada
    Custa é fazer melhor"

    Parabéns Natércia, pela inspiração.
    Corina

    ResponderExcluir