Também com poesia se faz a crónica do quotidiano.
Eu quis escrever uma crónica
Andei prà frente e pra trás
E posso parecer irónica
Mas juro que não fui capaz
Então como sou teimosa
Vou pra todos vós falar
Esta poesia ou em prosa
Esta crónica vai rimar
Falo da televisão
Que nos faz adormecer
Dá-nos cabo da visão
E não nos sabe entreter
Novelas e mais novelas
De conteúdo teatral
As histórias podem ser belas
Mas não são vida real
Mas temos o Parlamento
E os partidos alinhados
Onde aprendemos imenso
Com os nossos deputados
Ensinam a maldizer
Coisa que o povo não usa
E ao ouvi-los dá prazer
Lavar tanta roupa suja
Temos também Internet
E a preocupação das mães
A criançada promete
Todos têm Magalhães
Só alta tecnologia
Onde o futuro é previsto
É toda a demagogia
Do nosso primeiro ministro
A saúde está doente
O trabalho moribundo
Quem é que defende a gente
das agruras deste mundo
Só futebol na cidade
É que nos dá sangue novo
Lá diz o velho ditado
Que é o ópio do povo
Tenho a cónica chumbada
Pois só falei do pior
Criticar não custa nada
Custa é fazer melhor
Natércia, 13/10/2010
Ora aqui está uma crítica muito bem alinhada e em verso!... a todos nós e ao nosso pequeno mundo.
ResponderExcluire eu sublinho:
"Criticar não custa nada
Custa é fazer melhor"
Parabéns Natércia, pela inspiração.
Corina