30 de mai. de 2018

Que bonito é ser-se Mãe!


Sou mãe de primeira vez,
Tão virgem nestas andanças!

Sempre gostei de crianças,
Mas, minhas, esta é a primeira
E sinto que veio por bem.
Mas por muito que eu não queira
Tenho o que qualquer mãe tem.

Não gosto de me queixar
Nem pensem que me entristece
O que agora me acontece.
Mas já ando a suspirar
Por uma noite bem dormida.
Sentar-me à mesa e comer
Uma refeição de seguida
É coisa para esquecer.

- A menina porque chora?
-  Não sei, mudei-a agora.
- João, põe-na a arrotar,
Vou por a roupa a lavar.
- Mas, continua a chorar!
Dá-lhe outra vez de mamar!

Que bonito é ser-se mãe!

- Dorme, minha pequenina!
Canta-lhe o pai em surdina.
E continua a chorar
Treme-lhe o queixo, o beicinho,
Esbraceja, faz caretas…
Não é falta de carinho,
Não me venham cá com tretas!
Serão dores ou será fome,
Gases, cólicas, “mázura”?
Este choro é uma tortura!
Porque será que não dorme?

E há mais roupa p’ra lavar
E a casa para arrumar
- Então hoje não se come?
- Também eu já tenho fome...
- Mas vou dar-lhe de mamar.
- Porque não vamos sair?
- Agora?!
- Está finalmente a dormir.

Está tão bonito, o anjinho
Dorme tão tranquilamente,
Nem percebo porque a gente
Se confunde e atemoriza.
Pois se a Maria Luísa
Anda a tentar aprender
Como agora vai viver...

Que bonito é ser-se mãe!

Já não me agrada o que vejo
Neste corpo que é o meu
Quando me olho de lampejo:
Na barriga tenho estrias,
Não sei mesmo o que me deu,
Ando a somar calorias
Só me apetece comer.

E esta minha incontinência?
Há tanta coisa a mudar!
Senhor, dá-me paciência,
Não a consigo calar,
Já quer outra vez mamar!
- Ai, João vem-me ajudar,
- Outra fralda p’ra mudar.

Tudo se vai repetir
Uma vez, outra, de novo…
Vou levá-la a passear
- João, põe-na lá no ovo,
Vou p’ra rua distrair.
Será que já quer mamar?

Mas se a percebo a sorrir
Quando a mim se cola e ajeita,
Tão pequena, tão perfeita,
Não controlo este sentir
Que é bonito ser-se mãe.

Tenho o que qualquer mãe tem...



6 de Maio de 2018 – Dia da MÃE Helena Isabel
Escrito pela mãe Maria Isabel

16 de mai. de 2018

As minhas broas de milho

BROAS  DE   MILHO  
1 kg de farinha de milho
0,kg de açúcar
2 colheres de mel
200 g de banha
1 copo de azeite

Escalda-se a farinha com estes ingredientes, de um dia para o outro.
Depois adiciona-se a erva doce, a canela, a raspa de limão, volta-se a amassar  muito bem, tendem- se as broas, e cozem-se em forno bem quente.

Bom apetite.


ALZIRA SANTOSMaçaroca de milho geneticamente modificado ou  transgénico

9 de mai. de 2018

A TIRANIA DOS DEVERIAS


Com um amigo, recentemente operado, numa amena cavaqueira telefónica, veio a tema as crenças, os pensamentos e as ideias distorcidas que são erróneas e que provocam no sujeito um mal-estar significativo. Centramos a nossa conversa na crença dos "deverias". 
"Os deverias" são umas premissas fixas que nos fazem ver a vida de uma maneira pouco flexível, impedem-nos de alcançar as metas e os propósitos. São umas crenças irracionais expressas em forma absoluta e rígida que são sentidas como imposições. Estão muito relacionadas com a culpa e a frustração.  
Envolve o si mesmo, os outros e a vida:
1. O si mesmo: devo fazer sempre as coisas perfeitas... (deveria aprovar...)
2. Os outros: devem actuar como eu acredito ou quero... (deveria estar mais pendente de mim...)
3. A vida: deve funcionar de maneira idealizada e positiva … (deveria ser o que espero…)
Quando um individuo com esta personalidade compara o que "deveria" ser ou fazer, com o que é ou faz na realidade e verifica que as situações são muito diferentes e, isto provoca-lhe emoções negativas.
Para compreender melhor esta problemática, há que recorrer a Karen Horney que escreveu muito sobre "a tirania dos deverias". Esta teoria defende que o sujeito tem um sistema de imperativos internos muito activos que estimulam a consciência psicológica a afogar-se nos ditames do "eu deveria".
O meu amigo, no outro lado do telefone, dizia, é impressionante ver a quantidade de “deverias” aos quais nos sentimos vinculados. Tantos “deverias” esmagam-nos!  
Pois…crenças perturbadoras, irracionais e exigentes, há que tentar eliminar esta rigidez mental e tornarmo-nos mais flexíveis, ser uma pessoa emocionalmente saudável, mesmo quando a realidade é incómoda, aceitar que, a vida nem sempre funciona da maneira que esperávamos, embora às vezes possa ser desagradável… a vida, praticamente nunca, é completamente terrível e insuportável.