15 de nov. de 2010

Inventores de palavras


A propósito do desafio de participar na recriação da língua imaginando novas palavras, fui repesquei dos meus velhos cadernos dos tempos de estudante estes dois poemas de Alexandre O'Neill que, já então, ignorava a polícia da língua (e dos costumes!) e nos brindava com estas lufadas de ar fresco:


AMIGOS PENSADOS : VATE 65

Crocodiletante
lacricrimejante
ou vociferante
ao cri-cri da crítica.

Abaixo a política!

Antes a poesia,

que é coisa mais séria.

Seria?


BILHETE-POSTAL A ALEXANDRE PINHEIRO TORRES

Absinto-me cansado
na outonalma.
De absinto, no outono,
encharco a alma...

Muito deve a literatura
ao absinto.
Em qualidade, muito mais
que ao tinto...

Ó Alexandre, manda-me absinto
na volta do correio,
que eu já sinto, com tanto tinto,
estancar-se-me o veio...

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