18 de out. de 2010

Uma simples redacção

Na passada 4ª feira, assisti à minha primeira aula de Língua Portuguesa. A Professora, após a apresentação de todos os alunos e uma breve abordagem sobre a matéria para o presente ano lectivo, sugeriu que a turma fizesse uma redacção!

Ao ouvir esta palavra, de doces recordações, ouço sininhos tocando, e o meu pensamento voa para a escola tão longínqua dos meus tempos de menina, quando o meu Professor Baptista lia em voz alta a minha redacção.

“Isto é para vocês (dizia ele para os outros meninos e meninas) ouvirem e saberem como se faz uma redacção”.

O meu coração pulava, mas a minha timidez mandava que eu ficasse caladinha e me lembrasse que o mérito afinal não era meu … é que naquele tempo as palavras andavam sempre ali, à mão de semear e as ideias eram tantas e tão fáceis de agarrar! Bastava estalar um dedo e elas vinham aos magotes e alinhavam-se, bem quietinhas, nas páginas do meu caderno, sem nunca errarem a linha, nem tão pouco o seu lugar.

Vejo agora como hoje as coisas são bem diferentes: já me fogem quando as chamo, levam o tempo a esconder-se, as fugidias palavras não se deixam agarrar, nem se aquietam no papel. E eu desisto, pois sem elas não consigo encontrar nem o tema nem a forma para uma simples crónica escrever.

Corina, 2010/10/12


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